quinta-feira, 16 de junho de 2011

O sonho

Não havia nada em volta. Parecia que eu estava na mais absoluta escuridão; porém eu conseguia enxergar meu corpo nitidamente — um pequeno corpo de criança. Aos poucos, pequenas estrelas brancas e azuladas começaram a se revelar por todos os lados. Eu, sem chão, flutuava pelo meio delas.

As estrelas, da mesma maneira como apareceram, começaram a sumir. Lentamente, o incoerente escuro outra vez se impôs. Quando já não havia em mim expectativa de ver mais nada, surgiu repentinamente um monstruoso ser vermelho. Amedrontava-me sua expressão, ao mesmo tempo descarnada e jocosa; o resto de seu estranho corpo exibia seu tamanho assustador. Aproximava-se, afastava-se, orbitava a meu redor cada vez com mais velocidade e desordem. Eu via pedaços do seu corpo e de sua face — o monstro parecia estar rindo.

Acordei apavorado. Depois de algum tempo sem reação, impressionado com as imagens frescas na memória, juntei coragem para me levantar. Fui ao quarto dos meus pais e os acordei pedindo-lhes para dormir junto deles.

— Tive um sonho ruim. — disse eu envergonhado, olhando para o chão.